segunda-feira, 23 de abril de 2012


FENOMENOLOGIA


      A palavra “fenomenologia”, ao que tudo indica, foi usada pela primeira vez pelo matemático, astrônomo, físico e filósofo suíço-alemão Joahnn Henrich Lambert (1728-1777) e posteriormente, com sentido diferente, por G.W.F. Hegel, na sua Fenomenologia do Espírito (original de 1807). Não obstante, como movimento filosófico, e com o sentido e as ramificações que ostenta até o presente, a fenomenologia nasce ao início do séc. XX, com a obra Investigações lógicas, de Edmund Husserl (1859-1938). Esse livro foi publicado originalmente em dois volumes, o primeiro em 1900 e o segundo em 1901.

      Para Husserl, a fenomenologia era uma forma totalmente nova de fazer filosofia, deixando de lado especulações metafísicas abstratas e entrando em contato com as “próprias coisas”, dando destaque à experiência vivida.

      A filosofia devia, pois, construir-se (ou reconstruir-se) através da fenomenologia, como uma ciência rigorosa, que desse apoio a toadas as “ciências positivas”, assim entendidas de forma geral as ciências físicas e naturais. A fenomenologia deveria proporcionar um método filosófico que fosse livre por completo de todas as pressuposições que pudesse ter aquele que refletisse. A fenomenologia descreveria os fenômenos enfocando exclusivamente a eles, deixando de lado quaisquer questões sobre as suas origens causais e sua natureza fora do próprio ato da consciência. Desta forma, a fenomenologia não irá pressupor nada, nem o senso comum, nem o mundo natural, nem as descobertas e as teorias da ciência. A fenomenologia ficará postada antes de qualquer crença e de qualquer juízo para explorar simplesmente o fenômeno tal como é dado à consciência.

      A palavra fenomenologia deriva de duas outras palavras de raiz grega: phainomenon (aquilo que se mostra a partir de si mesmo) e logos (ciência ou estudo). Portanto, etimologicamente, a fenomenologia é o estudo ou a ciência do fenômeno, sendo que por fenômeno, no seu sentido mais genérico entende-se tudo que aparece, que se manifesta ou se rebela por si mesmo.

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