FENOMENOLOGIA
A palavra “fenomenologia”,
ao que tudo indica, foi usada pela primeira vez pelo matemático, astrônomo,
físico e filósofo suíço-alemão Joahnn Henrich Lambert (1728-1777) e
posteriormente, com sentido diferente, por G.W.F. Hegel, na sua Fenomenologia
do Espírito (original de 1807). Não obstante, como movimento filosófico, e com
o sentido e as ramificações que ostenta até o presente, a fenomenologia nasce
ao início do séc. XX, com a obra Investigações
lógicas, de Edmund Husserl (1859-1938). Esse livro foi publicado
originalmente em dois volumes, o primeiro em 1900 e o segundo em 1901.
Para Husserl, a
fenomenologia era uma forma totalmente nova de fazer filosofia, deixando de
lado especulações metafísicas abstratas e entrando em contato com as “próprias
coisas”, dando destaque à experiência vivida.
A filosofia devia, pois,
construir-se (ou reconstruir-se) através da fenomenologia, como uma ciência
rigorosa, que desse apoio a toadas as “ciências positivas”, assim entendidas de
forma geral as ciências físicas e naturais. A fenomenologia deveria
proporcionar um método filosófico que fosse livre por completo de todas as
pressuposições que pudesse ter aquele que refletisse. A fenomenologia
descreveria os fenômenos enfocando exclusivamente a eles, deixando de lado
quaisquer questões sobre as suas origens causais e sua natureza fora do próprio
ato da consciência. Desta forma, a fenomenologia não irá pressupor nada, nem o
senso comum, nem o mundo natural, nem as descobertas e as teorias da ciência. A
fenomenologia ficará postada antes de qualquer crença e de qualquer juízo para
explorar simplesmente o fenômeno tal como é dado à consciência.
A palavra fenomenologia
deriva de duas outras palavras de raiz grega: phainomenon (aquilo que se mostra a partir de si mesmo) e logos (ciência ou estudo). Portanto,
etimologicamente, a fenomenologia é o estudo ou a ciência do fenômeno, sendo
que por fenômeno, no seu sentido mais genérico entende-se tudo que aparece, que
se manifesta ou se rebela por si mesmo.
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